O novo Ashram minimalista

domingo, 13 de setembro de 2009

Hitler e SIDA

A Consoror Charlotte interroga-se sobre a oportunidade de se invocar o símbolo que é Hitler como um sinónimo de «epidemia» (AQUI), e eu, muito singelamente, observei:

"A morte não está ao mesmo nível do homicídio (ou do genocídio): a morte é apenas o resultado que qualifica a intenção, dando conta da consumação. Por sua vez, o que condenamos é a intenção, agravando essa condenação pela eficiência com que ela se plasmou em factos.
O SIDA é um estado clínico do qual pode resultar igualmente (embora com decrescente eficácia) a morte; só que é desprovido de intenção, como é óbvio.
Combatê-lo através da demonização poderia parecer não mais do que uma frivolidade desfocada, uma equiparação rebuscada.
Receio contudo que entre as gavinhas retorcidas da humanidade uma trivialização destas saia pela culatra, e contribua para alguma «naturalização», para alguma «releitura determinista», das monstruosidades morais que, apesar de tudo, a História continua a registar com sentimentos de horror.
Sim, os genocidas, tendo a oportunidade moral de dominarem os seus instintos e de recuarem dos seus intentos, não são vírus: são monstros.
"

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