O novo Ashram minimalista

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O cânone do anonimato

Eis-me convertido em Santo Padroeiro dos Anónimos! (AQUI e AQUI).
Era o que me faltava!
Devo confessar humildemente que as minhas razões para o meu pseudo-anonimato (pobrezinho, mais furado do que um passador) não são kantianamente universalizáveis, e por isso não podem, nem devem, converter-se em máximas para a conduta (minha ou alheia).
Há uns tempos um façanhudo neonazi julgou que me embaraçava escarrapachando o meu nome lá no tugúrio onde vegeta. Nada disso, fez-me perder todo o embaraço que se abriga neste esforço de desenhar um avatar mais elegante e educado do que o próprio criador – perdi todo o embaraço, respondi-lhe na mesma moeda e bem me fiquei a rir.
É, o que decerto não é universalizável é que tenho usado o anonimato tanto para que os outros me deixem em paz (o que é trivial) como para eu próprio deixar em paz os outros (o que não é tão trivial).
Tirando isto, os argumentos habitualmente esgrimidos contra o anonimato parecem-me eminentemente respeitáveis – como são respeitáveis todas as frivolidades proferidas com ar sério.

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