O novo Ashram minimalista

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Ainda as graças pesadas

Cometi a suprema imprudência de discordar da Consoror Charlotte, AQUI:
"Admito a tirania de cirurgiões e de arquitectos; admito a ditadura, mais «soft», de polícias e de electricistas; recebo conselhos, mais «soft» ainda, de padres e caixas de supermercado. Não admito nada disso a jornalistas, nem a cozinheiros, nem a vendedores de sapatos. Nestes últimos casos, o critério soberano é o meu, o meu apenas: ou estou satisfeito ou não estou, e como cliente julgo dever presumir-se que tenho sempre razão. Que os subtilíssimos editores do New Yorker queiram ensinar-me o que é o humor e onde é que residem as subtilíssimas fronteiras da ironia e o que é de bom e mau gosto - não admito.
Em contrapartida - e vai aqui um mundo de distância em relação à atitude dos radicais maometanos - desejo aos editores do New Yorker todas as felicidades.
Quando saio insatisfeito de uma sapataria não costumo ameaçar os vendedores de lhes cortar a cabeça, nem me passa pelo espírito atacar à bomba a sapataria.
Já bem basta o mau gosto da caricatura do New Yorker; por favor, não me queiram enfiar o barrete do intolerante radical para subtilmente tentarem questionar a minha soberania de consumidor, o meu gosto e a minha inteligência para detectar ironias.
Se prezo a minha liberdade - há-de ser para lhe dar algum uso, não?"

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