É insultuoso para qualquer patriota, mesmo moderado (e eu sou moderadíssimo), que se utilize a simbologia do Dia de Portugal para celebrar os feitos da habitual cáfila de políticos em pré-reforma, em evocação solene dos tempos em que, alegres como pardais, na pujança máxima, sugavam o país como uns azeiteiros (eles) e umas relaxadas (elas). Compreende-se a lógica: os de hoje condecoram os de ontem na perspectiva de serem eles mesmos condecorados amanhã. Seria perfeitamente inócuo se não fosse obsceno, dado o simbolismo da data.
Por mim, só se exaltava (sem condecorações, berloques, fitinhas ou caricas) o labor anónimo de centenas de professores que, por escolas «problemáticas» por esse país fora, continuam a combater o único e último combate pela preservação de um mínimo de coesão e de decência naquilo que outrora se designava por «nação» (e hoje parece merecer o qualificativo desdenhoso de «este país»).
Ainda há pouco passava mais uma reportagem na TV sobre algumas dessas escolas «problemáticas» na periferia de Lisboa. O que se viu arrepiava. Vivê-lo reclama heroísmo. Se restasse um pingo de decência colectiva, o país vergar-se-ia numa vénia solene e emudecida perante esse grupo de combatentes anónimos que só não são exaltados porque não têm sangue nem dinheiro nas mãos, mas deviam sê-lo porque têm nas mãos, antes, a última hipótese de redenção nacional, o barro ainda dúctil de alguns dos nossos jovens.
Por mim, só se exaltava (sem condecorações, berloques, fitinhas ou caricas) o labor anónimo de centenas de professores que, por escolas «problemáticas» por esse país fora, continuam a combater o único e último combate pela preservação de um mínimo de coesão e de decência naquilo que outrora se designava por «nação» (e hoje parece merecer o qualificativo desdenhoso de «este país»).
Ainda há pouco passava mais uma reportagem na TV sobre algumas dessas escolas «problemáticas» na periferia de Lisboa. O que se viu arrepiava. Vivê-lo reclama heroísmo. Se restasse um pingo de decência colectiva, o país vergar-se-ia numa vénia solene e emudecida perante esse grupo de combatentes anónimos que só não são exaltados porque não têm sangue nem dinheiro nas mãos, mas deviam sê-lo porque têm nas mãos, antes, a última hipótese de redenção nacional, o barro ainda dúctil de alguns dos nossos jovens.
1 comentário:
Concordo absolutamente, embora saibamos todos que, infelizmente, o barro já é muito pouco dúctil hoje em dia, na escola.
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