Não escondo que um dos meus terrores de férias ou de viagem é ficar sem leituras. Trouxe uma boa pilha de livros, mas ao ritmo a que avanço não sei se bastam. Pelo sim pelo não, regressei ao site da Biblioteca Nacional de França, ici, e ao serviço Gallica, no qual se encontram, digitalizados e gratuitamente disponíveis, os principais tesouros da cultura literária francesa. Já lá tinha estado a buscar as impagáveis memórias do Abbé Morellet, um dos mais fascinantes e cáusticos observadores do século dezoito («Mord-les», morde-os, chamava-lhe Voltaire), de que até então dispunha apenas de excertos dolorosamente truncados. Em finais de Julho, fui lá buscar a Correspondência de Voltaire, as Obras Completas de Victor Hugo (os 48 volumes), os 21 volumes de Saint-Simon, La Bible d'Amiens e o Sesame et les Lys de John Ruskin (as versões imortais de Proust, evidentemente), as Mémoires d'Outre-Tombe de Chateaubriand, a Île des Pingouins, o Jardin d'Épicure e Les Dieux Ont Soif, de Anatole France, e uns muito apimentados clássicos do libertinismo compilados por Apollinaire. Vou lê-los todos em Agosto? Claro que não, nalguns intervalos lá saboreio uma ou duas passagens, aqui um poema de Hugo, ali uma carta irónica de Voltaire, acolá uma indiscrição severa sobre a Corte do Rei-Sol. Se entretanto acabarem os livros e eu não regressar à base a reabastecer, então sim avança o «plano B».
O novo Ashram minimalista
sábado, 1 de setembro de 2007
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