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É curioso regressar ao mesmo local onde há um ano entrava febrilmente pela noite, devotado maniacamente à conclusão de um escrito que se obstinava em não chegar ao fim (e não chegou senão vários meses depois), e teclava furiosamente no computador, acompanhado somente pela escuridão e pela respiração lenta das ondas do mar. Agora saboreio o que essa devoção fanática me negou, e sabe-me bem este niquinho de indolência, estas leituras encavalitadas e sem rumo, estes passeios sem horas, estes ritmos mais lentos ainda que os do marulhar. Noto a vila cada vez mais deserta e pachorrenta durante o dia, mas este ano, com a disponibilidade reconquistada, isso propicia-me que a sinta mais minha do que nunca.
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