O novo Ashram minimalista

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Nova etapa da política portuguesa: o momento propiciatório


Fala-se de abolir os feriados, e parece que no intuito de ajudar à recuperação económica e financeira. Não importa que países mais prósperos tenham, alguns deles, mais feriados do que nós: o que interessa é impor restrições e sacrifícios à plebe até que se apazigue o mau-olhado que se presume estar na base no mau momento económico e financeiro.
O mau-olhado há-de condoer-se de nós, é essa a ideia: se trabalharmos como uns desalmados, sem feriados, fins-de-semana, férias, ou mesmo noites, o monstro recuará, impressionado.
Não podemos mais oferecer em expiação crianças, virgens, inimigos; e mesmo galinhas ou bodes não servirão doravante ao holocausto do mau-olhado. Sacrifiquemos então o tempo e o lazer, quem sabe se assim a coisa passa.
Almas incrédulas e dissidentes apontarão o dedo acusador à inépcia política que gerou um prematuro, a moeda única. Mas a grei, imensamente impressionada pelas admoestações dos condutores políticos, em contrição reconhecerá que tudo é devido à preguiça e aos negregados feriados, e ao aborrecimento que isso causou ao Moloch dos "mercados". Merecemos o castigo; misericordiosamente, os núncios de Baal não nos exigem a vida, apenas nos regateiam o tempo e o descanso. Querem-nos vivos, mas a sofrer. Vamos a isso.

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