Quiçá para enfunar as velas da sua visibilidade, decaídas na calmaria do seu ocaso, Fernando Henrique Cardoso deve ter-se lembrado de Agamemnon em Áulis e resolveu também ele sacrificar propiciatoriamente a prole, no caso um filho "fora do casamento", no holocausto da opinião pública (felizmente, hoje as vitimizações tendem a ser menos literais).
O paralelo não termina aqui, curiosamente: tal como o velho Agamemnon encornado, e depois morto, em Micenas, por Clitemnestra – "hubris" ou vingança da filha Ifigénia? – também o nosso patusco FHC acaba de saber que o filhote, o mesmo que ele vergonhosamente arrancara do anonimato… afinal não era dele!
A moderna Cassandra foi rebaptizada DNA, e a ela os méritos do dénouement: LER
Próximos episódios: outro filho de FHC (Orestes ou o seu equivalente) sai a vingar esta morte simbólica da masculinidade paterna, para por sua vez sair de cena acossado pelas fúrias benevolentes (na sua versão moderna, os jornalistas)?
Esperemos um Ésquilo brasileiro à altura para relatar tudo isso (com uns pozinhos de Petrónio, comme il faut para os tempos que correm).
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