Lembrei-me de como sou tributário, ainda que obliquamente, dos Contes de Provence de Frédéric Mistral, e muito mais directamente das Lettres de Mon Moulin de Alphonse Daudet.
Há uns dias conheci no Rio de Janeiro um lendário provençal que ficou "abasourdi" com o meu pedigree intelectual "dans ce rayon"!
E como gozámos recapitulando a bouillabaisse de sons e tons e entoações dessa língua ancestral que evoca a lavanda, as serras, o mar, e aquele negro e solitário heroísmo da chèvre de monsieur seguin (que acabámos recitando em cantochão, no meio do alarido de Ipanema).
Como é pobre a visão "enragée" da França, a visão rabelaisiana, jacobina, "anti-dreyfusarde", "dépossédée"! Quem não conhece a "joie de vivre", o "terroir", da "douce France", nunca se aproximou verdadeiramente dessa fonte inesgotável de sonho, de utopia e de ironia.
[na foto, Daudet é o da esquerda, na chaise, Mistral está à direita, no fauteuil]
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