A balofa solenidade académica, ainda ressumando a atavismos de batina e canelão, acharolou-se e paramentou-se para receber a fina-flor do populismo va-nu-pieds brasileiro, numa mútua comunhão de desvelos alimentada por uma mercenária ânsia de legitimação, de uma parte, e por um incontido apetite para o óbolo mediático e para o patrocínio político, da outra parte.
Borlados, capelados, agitados, os íncolas da Lusa Atenas não se continham no júbilo, e o sorriso afivelado em todos parecia até ameaçar a severa solenidade da ocasião, ameaçava fazer descambar o Canticorum em forró, com os bedéis em abre-alas e os archeiros em passistas.
Uma selvajaria, como o nosso Primeiro Ministro desabafou, num momento de sagacidade analítica (legitimada pelos seus próprios pergaminhos académicos). Uma selvajaria na Via Latina, o equivalente espiritualizado, o equivalente irónico e bamboleante, à queda de Constantinopla.
Imagino o espírito de severos mestres (que também tive) a revolver-se com a mera ideia deste sincretismo de batina e havaiana, de toque da Cabra e de reco-reco, de Minerva e Kardec – tudo em nome de uma implacável lógica de conveniências que nenhum rebate moral ousa perturbar. Depois disto, venha o que vier, pior do que está não fica.
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