Quando se é jovem todos os excessos e todas as imperfeições nos são consentidos (inclusivamente pela nossa própria auto-indulgência). Temos fôlego de sobra, e reservas de energia que nos prometem todo o tipo de vitórias pela força. A intensidade abafa a voz, mas que interessa essa peculiaridade íntima que é o timbre do que exprimimos?
Um dia a força começa a faltar, e temos que compensá-la com uma sofisticação crescente – que mais não é no fundo do que a exploração meticulosa de um intervalo de possibilidades que se vai constantemente estreitando.
Regressa então a voz, que a estridência deixa de conseguir esbater ou substituir: e nesse momento torna-se decisivo que a voz tenha sido cultivada, para que possa restar algum virtuosismo na exploração daquele intervalo canónico que a idade nos impõe, para que subsista algum ânimo criativo quando o cansaço e o tédio começam a averbar as suas vitórias.
O virtuosismo, uma graça dos deuses quando somos jovens, uma necessidade conquistada, e suada, quando deixamos de sê-lo.
Um dia a força começa a faltar, e temos que compensá-la com uma sofisticação crescente – que mais não é no fundo do que a exploração meticulosa de um intervalo de possibilidades que se vai constantemente estreitando.
Regressa então a voz, que a estridência deixa de conseguir esbater ou substituir: e nesse momento torna-se decisivo que a voz tenha sido cultivada, para que possa restar algum virtuosismo na exploração daquele intervalo canónico que a idade nos impõe, para que subsista algum ânimo criativo quando o cansaço e o tédio começam a averbar as suas vitórias.
O virtuosismo, uma graça dos deuses quando somos jovens, uma necessidade conquistada, e suada, quando deixamos de sê-lo.
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