Trinta e tal anos volvidos há malta que ainda não desmobilizou da guerra, e malta que ainda não se livrou da revolução e da contra-revolução: malta que, combatendo velhos fantasmas quixotescos, vive mal com o mundo burguês que retomou recentemente – e com mais força do que nunca – os seus direitos, os seus ritmos, as suas escalas de valores.
Noutras eras, noutros países, formariam legiões de inadaptados, de idealistas belicosos, uma coluna vivendo com risco, mas com congruência, as suas inflamações.
Por cá, hoje, a banca e o crédito barato deram cabo de tudo: a malta que sonha com Nambuangongo, com os Sovietes ou com o Alcazar de Toledo tem, no fim do mês, que pagar a prestação da casa, o colégio dos meninos, o carro de 16 válvulas e as férias no nordeste brasileiro. Não há idealismo que resista: sonham, sonham como burgueses enraivecidos, e atribuem à desmobilização o que lhes vai sucedendo, ou deixando de suceder, em razão da sua própria impotência.
Noutras eras, noutros países, formariam legiões de inadaptados, de idealistas belicosos, uma coluna vivendo com risco, mas com congruência, as suas inflamações.
Por cá, hoje, a banca e o crédito barato deram cabo de tudo: a malta que sonha com Nambuangongo, com os Sovietes ou com o Alcazar de Toledo tem, no fim do mês, que pagar a prestação da casa, o colégio dos meninos, o carro de 16 válvulas e as férias no nordeste brasileiro. Não há idealismo que resista: sonham, sonham como burgueses enraivecidos, e atribuem à desmobilização o que lhes vai sucedendo, ou deixando de suceder, em razão da sua própria impotência.
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