O novo Ashram minimalista

domingo, 24 de maio de 2009

O país é de bufos, não de bruxas

Sobre a execução sumária da reputação de uma professora-bruxa (há 30 anos ela seria da PIDE), observei AQUI:
+++
Que pena não existir já o Santo Ofício! Parece que uma professora qualquer, algures no país, pratica a bruxaria – e para essas coisas não há melhor remédio do que o sambenito, o baraço e o pregão, o pelourinho, e depois o garrote e a fogueira. Parece que falou de sexo, que todos sabemos que é pecado, que é uma aleivosia só praticada por bruxas; e falou diante de crianças que até então cuidavam que decapitar 30 mil adversários num jogo virtual é um bálsamo para o espírito, mas que um pensamento conspurcado pela ideia do sexo habilita qualquer um à danação eterna.
Felizmente estamos na pátria dos bufos, e as criancinhas foram precocemente iniciadas na nobre prática da denúncia – não de qualquer denúncia, mas daquela que conduz rápida e inapelavelmente à desgraça alheia. Vão ser bufos por toda a vida, e serão gente importante no país, não tenho dúvida.
O país agradece-lhes, penhorado, e suspira de alívio – e, à falta de Santo Ofício, lá vai mobilizando umas boas vontades e uns voluntariados juvenis para manter o país expurgado de bruxas.
+++

Sem comentários:

Arquivo do blogue