A pior forma de cobardia é a fanfarronice. Desculpo mais facilmente a cobardia discreta, a envergonhada, essa forma que julgo terei experimentado nos momentos em que a minha consciência me denunciou a mim próprio como cobarde.
Aquele ornamento da esquerda chavista que muito legitimamente empunha o bastão corporativo dos advogados sente-se agora cercado pelos seus pares, pelas promessas demagógicas que fez no passado, pela insustentabilidade do seu cesarismo, pela sua própria sombra, supõe-se.
Para remédio da ostensiva paranóia lança-se na fanfarronice (para a qual tem um currículo invejável) e no servilismo aos poderes estabelecido, convencido, como Judas Iscariotes, de que com o seu preito e menagem não só agrada aos que julga poderem salvá-lo, como serve os altos desígnios da sua versão travestida de virtude.
Encontrou ontem pela frente um pretexto fácil – uma jornalista que, para sermos minimamente justos e objectivos, embarcou já há muito num estilo rasteiro de chacota pseudo-justiceira que verdadeiramente só compraz à alma cruel que reside, em maior ou menor medida, em cada um de nós.
O pretexto fácil converteu-se num imparável emético para a sua fanfarronice histriónica, e o espectáculo não podia ter sido menos dignificante e mais revelador. Estrebuchou como se estivesse no cadafalso – e aquela parte do país na qual subsiste ainda um laivo de consciência moral já lhe ditou a sentença, mais a mais porque farejou o medo (a indignidade de, trémulo e vociferante, se agarrar ao cadeirão…).
Tal como Édipo que provocou o destino para fugir dele, também desta feita foi o medo que condenou o artista, com cruel ironia, àquilo que ele próprio mais temia. Um bocadinho menos de medo ou de paranóia, um bocadinho mais de fibra, e a noite teria sido dele.
Aquele ornamento da esquerda chavista que muito legitimamente empunha o bastão corporativo dos advogados sente-se agora cercado pelos seus pares, pelas promessas demagógicas que fez no passado, pela insustentabilidade do seu cesarismo, pela sua própria sombra, supõe-se.
Para remédio da ostensiva paranóia lança-se na fanfarronice (para a qual tem um currículo invejável) e no servilismo aos poderes estabelecido, convencido, como Judas Iscariotes, de que com o seu preito e menagem não só agrada aos que julga poderem salvá-lo, como serve os altos desígnios da sua versão travestida de virtude.
Encontrou ontem pela frente um pretexto fácil – uma jornalista que, para sermos minimamente justos e objectivos, embarcou já há muito num estilo rasteiro de chacota pseudo-justiceira que verdadeiramente só compraz à alma cruel que reside, em maior ou menor medida, em cada um de nós.
O pretexto fácil converteu-se num imparável emético para a sua fanfarronice histriónica, e o espectáculo não podia ter sido menos dignificante e mais revelador. Estrebuchou como se estivesse no cadafalso – e aquela parte do país na qual subsiste ainda um laivo de consciência moral já lhe ditou a sentença, mais a mais porque farejou o medo (a indignidade de, trémulo e vociferante, se agarrar ao cadeirão…).
Tal como Édipo que provocou o destino para fugir dele, também desta feita foi o medo que condenou o artista, com cruel ironia, àquilo que ele próprio mais temia. Um bocadinho menos de medo ou de paranóia, um bocadinho mais de fibra, e a noite teria sido dele.
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