Porque é que deixei de assistir a conferências – em que não seja eu próprio o orador? Há uma explicação simples – o Power Point. Aquilo que era uma arte subtil, a da conquista de um auditório com artifícios de oratória e de retórica, transformou-se no espaço de poucos anos num penoso exercício de leitura partilhada de slides, com o orador a acompanhar-nos na estéril enunciação de um roteiro condensado e rigorosamente espartilhado, no qual as ideias mais elaboradas e criativas têm que ceder à exiguidade dos soundbytes, e a chama da improvisação é afogada numa modorrenta cadência de classificações mais ou menos arbitrárias, ao ritmo das capacidades da visualização.
Uma morte cruel, quando me lembro de oradores que tive a felicidade de conhecer ainda. Demasiado deprimente, a reclamar uma militante objecção de consciência. Por mim, a nova lingua franca das conferências tem... (ora leiam lá comigo o slide acima: "too much power…").
Uma morte cruel, quando me lembro de oradores que tive a felicidade de conhecer ainda. Demasiado deprimente, a reclamar uma militante objecção de consciência. Por mim, a nova lingua franca das conferências tem... (ora leiam lá comigo o slide acima: "too much power…").
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