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Eu sei que a rotina é uma tempestade perfeita, que não autoriza o silêncio que seria essencial para voltarmos a ouvir a nossa voz interior, e com ela empreendermos aquele cauteloso e paciente esforço de resgate. Mas antes de morrermos atordoados numa canseira que não nos acrescenta um só minuto de vida, deveríamos ter tempo para parar, para respirar fundo, para olhar em volta.
No tempo para recolher percebemos que não é preciso ceder nada, nem renunciar a nada, porque há coisas que se eclipsam pela pouca importância que lhes descobrimos, coisas ruidosas que não chegam a entrar na equação. Recobramos tempo, o tempo que conta, nem que seja cinco minutos silenciosos a escrever três parágrafos numa resposta a velhos amigos.
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