Às observações de Charlotte sobre o Magalhães (AQUI), acrescentei:
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O nome é agoirento, porque o Magallanes a que se alude não terminou a sua empresa e acabou da forma mais estúpida e brutal. Tudo indica que houve, desta feita, negociatas, favores, locupletamentos, plágios, as confusões costumeiras. O computador em causa é limitado, acho-o feio.
E no entanto, este ou outro aparecem para operar um pequeno e suave milagre. Basta-me que haja uma criança que, passando a ter o seu computador, através dele vai ser incluída nesta maré da revolução informática. Pode mesmo a sua «info-alfabetização» não ser mais do que precária ou incipiente. Mas estou a ver os olhos brilhantes, crédulos, fascinados, a seguir a interacção que os dedinhos papudos vão comandando no teclado, a descoberta, a descoberta, o fascínio.
Um computador barato é uma chave mais fácil para sairmos do círculo paroquial da nossa ignorância e da nossa dependência. A grande esperança que nos resta é a de que as crianças de hoje saibam sair daqui de forma mais rápida, mais ágil, e sobretudo mais completa, do que conseguiram fazê-lo as gerações que as precederam. Por um milagre da tecnologia isso já não implica deslocação física, mas apenas umas centenas de euros, uma «alfabetização» simpática e mais ou menos intuitiva, e uma conexão à rede.
Os adultos que se lambuzem na ganhuça com o Magalhães - são como Judas a contar as moedas debaixo da forca, não é deles já que trata o futuro, ficarão como um pequeno borrão dentro da marcha imparável.
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