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O Rei David, lamentando as mortes de Saul e Jónatas, meditava sobre a queda dos grandes, e, com eles, da beleza de Israel. Essa meditação nas ruínas, o proverbial "
ubi sunt qui ante nos fuerunt?" ressoa pela Antiguidade e pela Idade Média, em larga parte pela inspirada intermediação de Anício Mânlio Boécio, na sua
De Consolatione Philosophiae. É um tema imortal, em Villon (
où sont les neiges d'antan?), em Camões (
mudam-se os tempos...), nas «
vanitates» com as suas caveiras, e a simbologia do tempo, acompanhando os «
bodégons» nos salões jansenistas.
O tema ressurge ainda, grandiloquente, em
Brideshead Revisited (
quomodo sedet sola civitas!), mas tinha que ser o século XX a dissolvê-lo em ironia. Na
Servidão Humana, de Maugham (Cap. 86), um dos personagens interroga o outro acerca da bizarria do seu apelido, e o outro replica: "
It's a very old Yorkshire name. Once it took the head of my family a day's hard riding to make the circuit of his estates, but the mighty are fallen. Fast women and slow horses".
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