O novo Ashram minimalista

sábado, 12 de julho de 2008

Historiografia de rastos

O Confrade COMBUSTÕES, temporariamente regressado aqui à terrinha, indigna-se com os tratos de polé a que é sujeita Cecília Supico Pinto numa «biografia light» que aterrou recentemente nas livrarias. Não li, já que por antecipação excluo gastar cera com a defunta «historiografia» portuguesa, ou com aquilo que, nos últimos 20-30 anos, pretende fazer-se passar por «historiografia» cá do burgo.
Faço notar apenas que os ataques à Senhora foram ferozes e vieram de vários quadrantes: desde a esquerda «caviar» que a tratou como uma leprosa (uma gentileza decerto para com uma pessoa que está viva, lúcida, e pode ler essas tiradas selváticas) até a uma direita taciturna que, umas vezes porque não gosta de protagonismos femininos, outras porque não esquece antigos vexames, outras ainda porque não resiste a uma boa intriga, também não se poupa à indelicadeza de zurzir na líder do MNF.
Numa conversa recente com gente que viveu esses tempos e conheceu esses meandros, pude concluir, por entre muita divisão de opiniões, que os dois principais problemas relativos à Senhora são: 1) o de que sabe de mais sobre demasiada gente; 2) o de que se dispôs a fazer coisas que ninguém esperava que fizesse – conseguindo resultados.
Bastam estes dois «defeitos» para se perceber claramente o intuito e a intensidade dos ataques: os «historiógrafos» por cá, dos vários quadrantes, não têm discernimento, nem método, nem horizontes, nem mundo, nem chá, para resistirem ao caudal da mentalidade «portuguesinha», reinventada e muito remoçada por ocasião do assalto do subúrbio às academias (tudo no espaço de uma geração, aí subscrevo inteiramente a conclusão que o Confrade tira).

1 comentário:

Nuno Castelo-Branco disse...

Gostava de saber se dirão algo da dona Cavaco dentro de, digamos, 20 anos. Não, 5 anos!

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