Está a tornar-se difícil aprender a língua deste país diminutivo, de tão traiçoeira que ela é. O diminutivo dá cabo de tudo, porque inverte tudo: ter respeito é coisa leve, mas ter respeitinho, ui! (já o observara O'Neill). Esperar um momento equivale a umas horas; esperar um momentinho é uma promessa de eternização. O coitadinho e o tolinho não têm recuperação; querer um bocadinho do bolo é indício de incontida gula; um caldinho é o prenúncio do caos. Se dizem de uma pessoa que está "um bocadinho gorda", a observação implicita que "está a estoirar". Basta de amplificativos tímidos, ou disfarçados. Chama-se-lhes diminutivos, e por dó para com aqueles que não são nativos da língua ainda não foram rebaptizados como diminutivozinhos, para gerar a confusão total.
O novo Ashram minimalista
terça-feira, 17 de junho de 2008
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