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Isso é bom para a democracia, porque enfraquece a posição daqueles que querem liderar politicamente o país. Uma democracia, para ser saudável, deve ter líderes fracos e o menos carismáticos possível, porque essa é a melhor forma de criar espaço a que a vida do cidadão comum decorra sem interferências paternalistas, e de evitar que ocorram «derivas» de arrebatamento ideológico ou de liderança «forte», episódios que habitualmente acabam mal.
Prestígio, carisma, inteligência, fluência, articulação – isso é crucial para se ser um grande académico, um grande chefe de orquestra, até um grande clérigo ou um grande comerciante. Ora a democracia tem-se sempre encarregado de manter gente como essa afastada daquele exercício rotineiro e primário de administração de interesses clientelares em que a democracia converte – e muito bem – essa actividade que, quando não implica a morte ou o sofrimento alheio, pode designar-se como política no seu sentido mais nobre.
Obrigado, Sr. Mendes! Obrigado, Sr. Meneses! E já agora, um degrau ainda abaixo deles – e por isso ainda mais genuinamente democrático – obrigado, Sr. Sócrates, comprazendo-se nas delícias pequeno-burguesas do Heron Castilho enquanto multiplica pelas paredes os diplomas de Universidades de 3ª Classe e as fotos de inefáveis projectos urbanísticos.
Obrigado! Enquanto a democracia portuguesa estiver entregue à meia-tijela de que estes três nomes sao lídimos representantes, a liberdade dos cidadãos não corre grandes perigos – não há entusiasmo e inflamação possíveis, nada (ou quase) será servido em holocausto na ara do Estado.
2 comentários:
"Mchezea tope humrukia"
(Methali)
"Quem brinca na lama fica salpicado"
(Provérbio) Swahili
Esplêndido! Cumpts.
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