O novo Ashram minimalista

domingo, 2 de março de 2008

Este país não é para anónimos

Como na proverbial reinvenção da roda, cá na Gare de Perpignan (a intersecção de todos os caminhos de ferro do mundo – vulgo blogosfera) volta ciclicamente o tema do anonimato, desta vez retomado por alguns comentadores de peso (ex.: 1, 2 e 3), que parecem até animados pelo tema para desenharem no ar alguns uppercuts e outras figuras do shadow boxing.
A minha posição é muito simples: se gostar de poker implica obrigatoriamente gostar de strip poker, então deixo de gostar de poker, e não jogo mais.
O meu anonimato é uma regra de jogo, que aceito enquanto outra não for imposta – e presumo que «liberdade», em termos colectivos, significa fundamentalmente jogarmos apenas os jogos cujas regras aceitamos, e podermos recusar os jogos cujas regras não aceitamos.
Serei muito tosco na compreensão das coisas, mas vejo ataques a essa «liberdade» (modestíssima liberdade, eu sei, mas saborosa) sempre que vejo alguém calçar umas luvas e tentar acertar na prática do anonimato.

3 comentários:

Eurydice disse...

O anonimato nada tem de errado enquanto não serve de capa para agressões e maledicência. É uma forma de preservar o lado lúdico de produzir um blog com o simples objectivo de ter prazer ao fazê-lo. É também uma postura de discreta partilha de gostos e reflexões.
Gostei particularmente da imagem do strip poker, que é muito apropriada. O facto de o blog ser uma arma política para alguns, não implica que estejamos todos na mesma onda. Quando o blog é uma arma, deve ser assinado.
Nos outros casos, para quê ou por quê há-de sê-lo?
A mim basta-me saber que outro ser humano posta coisas que me interessam ou me inspiram. prescindo de conhecer os outros aspectos da sua identidade. Pois que faria eu com tais dados?

Pedro Leite Ribeiro disse...

Apoiado! O direito ao anonimato é vizinho do direito ao voto secreto.

T disse...

Mas o que tem de mauior gravidade ser anónimo?
Gosto muito do seu anonimato!

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