O novo Ashram minimalista

domingo, 6 de janeiro de 2008

Memento mori

Soube ontem que morreu fulminado numa praia do Brasil, para onde fora com a família na passagem de ano. As veredas da nossa felicidade pairam um milímetro acima do lamaçal da tragédia, por muito que viver reclame a ilusão da solidez do nosso estatuto e das nossas pertenças.
Ontem esforcei-me por revê-lo mentalmente mas a imagem dos últimos reencontros ficou estranhamente bloqueada – surgindo-me apenas, no fundo da memória, o miúdo de calções com um sorriso ensolarado, chocalhando na mão um punhado de berlindes, ou empunhando um Matchbox. Sendo assim, despeço-me somente daquele que não consegui rever, e concedo asilo ao outro.

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