O que é o talento? Deveras, Miss_Pearls, também a mim me irrita imenso ser forçado a admitir que haja talento em pessoas cujo gosto me choca – como é o caso de Amy Winehouse, sem dúvida.
Mas há algo de indefinível que avassala os sentidos e que designamos por talento artístico, assim uma força expressiva, uma espécie de apelo empático e recôndito que se transforma em respeito contemplativo no receptor. Há gente assim carismática, forte, mesmo quando se exprime pelas formas mais improváveis ou reprováveis. E a gente censura-se por gostar - mas não resiste.
Mas há algo de indefinível que avassala os sentidos e que designamos por talento artístico, assim uma força expressiva, uma espécie de apelo empático e recôndito que se transforma em respeito contemplativo no receptor. Há gente assim carismática, forte, mesmo quando se exprime pelas formas mais improváveis ou reprováveis. E a gente censura-se por gostar - mas não resiste.
É um pouco como os quadros de Barahona Possollo (ver um acima): pode achar-se o gosto discutível, que ele exagera nos tons, que sobrecarrega de ornamentos, que é demasiado flamejante no seu «realismo à Ingres», que de vez em quando resvala num estilo confessional de nudez chocante, mas... o talento transborda! Que se há-de fazer?
5 comentários:
Totalmente de acordo caro Jansenista.
Caro Jansenista,
Não sei exactamente se o talento pode ser o único aferidor para determinar do fascínio que este ou aquele autor exercem sobre quem lhes dá atenção.
Ou seja, não sei se a senhora Winehouse dispõe de um aparelho vocal dotado de uma capacidade expressiva por aí além. Se calhar existem outras vozes mais «talentosas» - seja lá isso o que for. Exemplo: o Joe Cocker pode ter uma grande voz. Mas sinceramente, não me diz absolutamente nada. Aquilo a mim parece-me apenas uma voz rouca. Alguns dirão que o homem está cheio de «talento». So what?
Quanto à nova diva trágica - não sei se se exprime por formas reprováveis - estará a pensar no «Rehab» e no «I'm no good»?- mas eu gosto da música.
Quanto aos tons e ornamentos já vi piores.
Cumprimentos,
Príncipe Valente
Voltamos então ao que o mestre Jansenista defendia: o reconhecimento do talento pode não esconder o fascínio...
Quem me dera que todas as críticas ao meu trabalho fossem tão interessantes...
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