Anda por aí um animado debate sobre os livros que não modificaram as vidas dos seus leitores, assim uma variante do não-evento, algo de que se fala porque não sucedeu quando, presume-se, era suposto ter sucedido.
Como ninguém pediu a minha opinião, vou limitar-me a ser lacónico (e deixar os outros serem áticos - o debate tem sido muito instrutivo e promissor), dando apenas o testemunho de que, depois de muitos e muitos anos de estudado cepticismo acerca dessa fabulosa virtualidade de uma leitura modificar uma vida, um dia um livro modificou profundamente, e para sempre, a minha perspectiva sobre a literatura, sobre o mundo e sobre mim mesmo, articulando com suprema inteligência muita coisa que andava inefável e inarticulada dentro de mim e no meu olhar para fora - alcançando-o de tal modo que impediu que qualquer outro livro volte alguma vez a fazê-lo, por mais entusiasmo que a sua leitura me suscite.
Como ninguém pediu a minha opinião, vou limitar-me a ser lacónico (e deixar os outros serem áticos - o debate tem sido muito instrutivo e promissor), dando apenas o testemunho de que, depois de muitos e muitos anos de estudado cepticismo acerca dessa fabulosa virtualidade de uma leitura modificar uma vida, um dia um livro modificou profundamente, e para sempre, a minha perspectiva sobre a literatura, sobre o mundo e sobre mim mesmo, articulando com suprema inteligência muita coisa que andava inefável e inarticulada dentro de mim e no meu olhar para fora - alcançando-o de tal modo que impediu que qualquer outro livro volte alguma vez a fazê-lo, por mais entusiasmo que a sua leitura me suscite.
Que livros não modificaram a minha vida? Todos os outros.
1 comentário:
Veja o Caro Jansenista, para mim a vida foi mudada por todos os que li, para Si apenas por um. Se isto não é equivalente ao copo meio cheio e ao meio vazio... oi vice-versa.
Abraço
Enviar um comentário