O novo Ashram minimalista

quinta-feira, 9 de junho de 2011

As pequenas histórias da Grande História


O Monsenhor senta-se na limousine e, enérgico, arranca em conversação com o intérprete: "Que pensa da situação? Chissano? Que pensa? Sabe que eu sou da velha guarda?". O intérprete, um pouco intimidado, lá vai respondendo que sim. "E Mandela e Mbeki, que pensa?". Silêncio diplomático do intérprete. "Sabe que eles estão nisto pelo dinheiro ("they are in it for the money"), não sabe?". Silêncio. Acrescenta, irónico: "A mim deixaram-me a Bíblia nas mãos para me entreterem enquanto eles avançavam para o ouro e para os diamantes". Ri.
Esta frustração do Arcebispo diz tanto acerca da sua genuína vocação episcopal como os seus remoques dizem sobre o carácter dos visados.
Na opinião pública mundial são todos uns anjos. Parece que ninguém os quer examinar mais de perto; e assim se faz, e fará, a Grande História.

1 comentário:

margarida disse...

É tudo uma enorme mentira, não é?
Tudo sem ética.
Roubam-nos até as migalhas de esperança.
Dá vontade de nos tornarmos eremitas.
Ou melhor: morrer de vez.

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