O novo Ashram minimalista

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Euro, a grande burla


Se eu tivesse paciência para isso, ia desenterrar aqueles discursos com que, por longos anos, fomos atordoados com as virtudes e excelências da nossa adesão ao Euro.
Não foi há muito tempo, prometeram-nos (e não foram só os políticos portugueses) uma espécie de paraíso com a nossa entrada para um «clube de grandes», para uma «zona monetária óptima» na qual nos veríamos finalmente livres da provecta e obscurantista tradição de macroeconomia discricionária, soberanista, autárcica.
Lembro do desdém petulante com que o meu eurocepticismo era acolhido entre «sábios» que hoje tudo renegam. Vi-me desde então, e até recentemente (até à «viradeira» dos europeístas), ostracizado por aqueles que então lideraram a ladainha do Euro, e até hoje se serviram abundantemente dela.
Temos agora a prova clara daquilo para que o Euro servia: para nada, e decerto não para nos livrar dos nossos males macroeconómicos – ou pelo menos para fazê-lo de modo tão bom ou melhor do que os instrumentos da nossa tradição obscurantista.
Graças ao Euro estamos financeiramente doentes. Eu sei que é prático, é giro, andar pela Europa sem fazer câmbios - mas a este preço???
Tratou-se, portanto, de uma grande charlatanice, da venda de uma banha da cobra que não tratava, prevenia ou curava nada daquilo que verdadeiramente nos interessava como nação. Os charlatães, entretanto, agitam ameaças de que o abandono da mezinha é muito pior do que a persistência nela. No meio das pessoas honradas, a promoção de ideias desse teor e calibre costuma cair sob a alçada criminal.

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