O novo Ashram minimalista

domingo, 21 de novembro de 2010

O Papa é cruel

Lê-se que o Papa terá emendado o entendimento sobre o uso do preservativo, o que lhe fica bem, denota que é inteligente e que sabe fazer uso judicioso da sua (consabidamente infalível) prerrogativa de guiar a ética da grei (do rebanho).
Eu desinteressei-me há muito dessas proclamações eclesiásticas sobre "política do baixo-ventre", porque me soam a mau legado do lado pior de São Paulo (preferindo eu os momentos em que São Paulo deixa a obsessão com a concupiscência e se dedica mais ao lado construtivo e agregador do amor-caritas). Mesmo assim, assinalo e aplaudo o bom-senso tardio.
Mas é cruel, porque tira o tapete de debaixo dos pés daqueles que ardorosamente se encrespavam na defesa da mais absoluta ortodoxia anti-anticoncepcional e juravam não admitir, nunca admitir, a legitimação do uso do preservativo.
Pobre grei, habituada às ervinhas do passado, quando o pastor a empurra, mesmo que suavemente, para as ervinhas do futuro! O que hão-de fazer as ovelhas que tinham as ervinhas do passado pelas únicas possíveis? E que resta às que asseveravam que, viesse o que viesse, nunca mudariam de dieta?

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