Um país que decreta como é que o seu povo escreve – aliás, que decreta tudo, devendo haver por aí algures uma portaria a decretar para que lado é que o Tejo corre – é um país que desconfia das capacidades de evolução orgânica da própria língua. Não admira que nela pontifiquem os novos "levantadotes do verbo", aqueles que, menos tendo investido na sondagem interna da evolução da língua, na captação dos seus cambiantes e das suas potencialidades, agora, menos prisioneiros da tradição, se estribam no solavanco induzido pelos bonzos da ortografia. Decretar a própria língua tem isto, presta-se a estas usurpações pelos pés-rapados da cultura.
O novo Ashram minimalista
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
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