Neste mundo asséptico de acordos ortográficos e de correcções políticas é refrescante ouvir a conversa do lado ao balcão enquanto tomamos um café rápido.
Hoje três jovens animavam-se mutuamente com um "mas ela alinhou mesmo?"
"ó pá se alinhou!"
"mas quem é?"
"uma das gajas da informática…"
Poderosamente sugestivo, "da informática", os outros dois arregalaram os olhos num misto de inveja e frustração e devem ter imaginado a cena. Saí uns segundos depois e eles olhavam ainda absortos pelo vidro do snack-bar, atordoados pela alusão afrodisíaca ("da informática", possuíram-nas mentalmente a todas numa orgia desfocada, fizeram questão, por isso, de não insistir em saber qual delas era).
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