O novo Ashram minimalista

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Como lidar com terroristas (e não-terroristas)



Quando foi preciso defender os nossos interesses na Guiné, fomos até Conakri partir os cornos a uns quantos terroristas que por lá se abrigavam; ainda tentámos limpar o sebo ao Sekou Touré e conseguimos libertar alguns prisioneiros nossos.
Matámos sem hesitar algumas dezenas de soldados da Guiné-Conakri, e umas dúzias de civis pagaram com a vida a imprudência de estarem no local inoportuno no momento inoportuno.
Nem preciso entrar no detalhe acerca daquilo que, séculos antes, Afonso de Albuquerque fez e mandou fazer à moirama que por único pecado tinha o de pretender opor-se à expansão da cruz e do comércio – bastará lembrar que os desgraçados, acorrentados uns aos outros, se degolavam mutuamente à dentada para não terem que sofrer às mãos dos portugueses.
Não me sinto nem mais nem menos orgulhoso de ser português por sê-lo à custa de tanto sangue e de tanta crueldade. A história das nações fez-se e faz-se assim, com a crueza de entidades que, imunes ao pactum subjectionis ao Leviatão (o pacto de renúncia mútua à força), se reservam a prerrogativa de se afirmarem e se auto-preservarem usando a brutalidade e o medo como razão última.
Não sei em que é que Israel tem que ser diferente; não sei porque é que deveria deixar terroristas medrarem à sua porta, ou porque é que deveria sujeitar os meios da sua auto-preservação aos frívolos ditames da larilice ética.

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