Era eu um rapazinho estudioso quando um dia o Proviseur do Lycée Français me convocou, e a mais dois ou três dos meilleurs élèves, para cumprimentarmos Maurice Schumann, na altura de passagem por Lisboa como Ministre des Affaires Étrangères no Governo Chaban-Delmas.
O briefing foi emocionante – sendo um dos heróis da France Libre, íamos cumprimentar uma daquelas figuras que andava na mitologia francesa de então (talvez mais intensamente do que nunca, dadas as recentes humilhações indochinesa e argelina). O momento foi breve, não sei se houve fotografias, mas recordo-me de uma figurinha insignificante e amável. Ponho-me agora a pensar que, com aquele aperto de mão, entrei involuntariamente no universo histórico daqueles que o cumprimentaram, entre eles, imagino, a fina-flor de vivos e mortos da Résistance. Quantos? Era engraçado ver a lista, se houvesse uma.
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