São João Evangelista dá-nos nota de que, às afirmações de Jesus de Nazaré de que teria vindo à Terra trazer o testemunho da Verdade, e mobilizar aqueles que ouvem a Verdade, Pôncio Pilatos teria replicado "E o que é a Verdade?", frase a que o tempo veio emprestar a patine do relativismo.
Ontem, mais para os lados de Belém, Pôncio Pilatos reapareceu numa versão mais mandibular e titubeante, a perguntar se as questões fundas da moralidade civil, novamente tripudiadas pelo moderno Sinédrio que assenta na Rua do Século (e ainda mais inútil do que o congénere de há dois milénios), merecem que se perca tempo. O supremo magistrado de uma nação soçobra perante o tempo, e tivessem mais talentos (se os houvesse) acudido à aflição, e teríamos o lapidar "E o que é o tempo?".
Belém é mais assunto de manjedoura, pelo que omito a lavagem das mãos, e excluo da imagem mental a figura do menino nas palhinhas e também a figura da vaca. Governemo-nos com o que resta.
1 comentário:
Mas não resta nada. Nada.
(Caramba, que isto custa!)
Cumpts.
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