Tenho seguido nas últimas semanas dois blogues situacionistas, o Jugular e o Regra do Jogo. Descontando alguns amigos que tenha nalgum deles, confesso que a experiência tem sido pouco instrutiva e sobretudo pouco edificante.
Há situacionistas de talento? Claro que os há, sempre os houve.
Há situacionistas desprendidos? Ainda deve haver um ou dois, devem ser esses meus conhecidos que escrevem num desses blogues.
Há situacionistas não-capturados pela rede dos fretes e dos lobbies (ou como é que raio se escreve a palavra)? Tenho-me convencido de que não: gente que presumia inteligente salta alegremente para a defesa do indefensável, para a negação das evidências e para o insulto das dissidências.
Há situacionistas identificáveis por qualquer outro talento que não seja o de… serem situacionistas? Infelizmente há: e digo infelizmente porque nesse caso ser-se situacionista é puro desperdício, é um dispêndio de energia na repetição das ideias feitas, dos slogans ocos e dos «soundbytes» (ou lá como é que isso se escreve agora) que hoje comandam o «registo» da política.
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Luís XIV teve o talento de reconhecer que para se ver livre das frondas nobiliárquicas tinha que arrastar a corte para fora de Paris, e dar origem a uma narrenschiff de pavões emasculados, que dissipariam a sua energia centrífuga em certames de frivolidade e subserviência, em uníssonos de glorificação balofa, mostrando o rabo ao macho-alfa como babuínos submissos.
Não se fez melhor, desde então, em matéria de situacionismo. Não admira que o situacionismo tenha má reputação.
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