O novo Ashram minimalista

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Crónicas Estivais: Dia 26

A vida é uma coisa séria, para ser tomada a sério, o mais sério possível – pejada que está de problemas, de possibilidades, de obstáculos, de perspectivas, de frustrações, de dores físicas e morais, de surpresas, de armadilhas, de alegrias, de fragilidades, que temos a obrigação de evitar ou minimizar nuns casos, e de ampliar e preservar noutros (sendo isto que se designa por sobrevivência com dignidade).
Mas a vida, se encarada como um todo, não faz sentido – bastando pensarmos na forma como termina – e por isso temos também de encará-la com distanciamento irónico, a forma moderna de não nos apegarmos demasiado a nada (para não sofrermos), ao mesmo tempo que temos que apegar-nos a tudo (porque é isto que se designa por amor à vida).
Talvez seja por isso que a vida é um grande mistério – ao menos quando, esquecendo-nos do imperativo da ironia, julgamos ter o direito de perguntar seriamente pelo sentido mais geral das coisas.

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