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O mal não está no meio empregue, bem pelo contrário: um meio que amplifica estas pequenas misérias acelera o processo de eliminação e de selecção natural através do qual procuramos ficar, no final, apenas com o grupo restrito daqueles que, passadas as provas, souberam resistir. Um grupo geralmente tão restrito que parece o cruzar ocasional de alguns leopardos, e nunca a habitual matilha sobrepovoada que procura encorajar-se e reforçar-se mutuamente com uníssonos de latidos frenéticos.
Uns brasileiros muito perspicazes definiam-nos como «uma terra de primos», na qual todos são parentes de todos, e onde por isso as entreajudas e as cumplicidades são sempre especialmente intensas, mas onde também os ódios e as questiúnculas ganham o fogo e a devastação que só conseguem alcançar-se no fratricídio. Somos pequeninos, pequeninos por dentro e por fora, tal como é pequenina a capoeira que tomamos por nosso horizonte cultural, político e emotivo. Não se vê porque é que deixaria de ser assim nas comunidades virtuais que vamos compondo – elas apenas tornam mais transparente essa condição entediante da pequenez.
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