A Consoror Charlotte interrogava-se sobre as desventuras pseudo-jurídicas de Briatore às mãos de Mosley & Ecclestone. Modestamente redigi a seguinte minuta de carta a enviar à pobre vítima:"Caro Flavio Briatore:
Por causa de umas alegadas falcatruas (sublinho, alegadas) és expulso da Fórmula Um… e aceitas ser expulso?!
Vê-se que tens vivido em ambientes de frágil juridicidade, ambientes em que o respeito pela posição do cidadão não está muito apurado.
Anda para Portugal! Por cá, palavra de Marinhos e Nabais, arranjamos-te de imediato:
1) Uma impugnação da decisão daqueles dois neo-nazis que mandam na F1;
2) Uma providência cautelar para seres retroactivamente reintegrado;
3) Uma outra providência para suspender imediatamente aqueles dois neo-nazis;
4) Um pedido de indemnização contra esses dois, por difamação;
5) Outro pedido de indemnização contra os órgãos jurisdicionais que ousaram expulsar-te, por desvio de poder;
6) Outro pedido de indemnização contra o brasileiro que te denunciou (aqui dispensa-se a prova, já que, palavra de Moita Flores, os brasileiros são todos uns mentirosos compulsivos);
7) A impugnação da gravação das conversas com esse mentiroso, dado tratar-se de matéria de reserva de confidencialidade, corolário do direito fundamental à reserva da intimidade;
8) Um pedido de inconstitucionalidade contra toda essa marmelada (afinal, há uma organização neo-nazi à mistura);
9) Um pedido de repetição de todo o processo, tendo em vista a inconstitucionalidade, sendo que então as testemunhas iniciais, que entretanto terão esquecido tudo (se não morrerem antes), poderão ser contrabalançadas por rapaziada de confiança;
10) Um pedido de indemnização contra o Estado português pela demora processual causada pela repetição do julgamento.
Anda para Portugal, Briatore, não sejas tótó! Arranjamos-te uns milhões, entalamos os neo-nazis, entalamos o erário português, damos trabalho aos tribunais (que adoram fazer favores a celebridades) e ainda te cobramos pouco. Mais, palavra de macho lusitano, fazemos-te até uma borla se arranjares um convívio com umas jovenzitas lá no iate («fruta», no jargão da juridicidade portuguesa neo-moderna)."
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