Nada desespera mais os meus companheiros de viagem do que a minha recusa de alinhar em cartões de fidelidade. Chegam a qualquer aeroporto e rapam logo de uma mão-cheia de cartões, "frequent flyer", "Star Alliance", um que é dourado, outro que é preto, outro que combina com cartão de crédito, outro que dá descontos nas pousadas e outro que, ao fim de três voltas ao mundo, "dá direito" (esta expressão é tudo) a cinco bilhetes no Campo Pequeno e a quatro latas de Atum Toneca.
Tenho dois argumentos simples: não sou eu que pago as viagens, pelo que os "fringe benefits" me soam, ao menos moralmente, a peculato; e se não houvesse esse prurido moral, haveria ainda o argumento decisivo de que, nesta fase da vida, não tenho oportunidade para viagens pagas do meu bolso, nas quais as "flyer miles" fizessem diferença (por outras palavras, há boas razões para estar por ora suspenso o turismo de longa distância).
Este último argumento, que sugere desperdício, é, sinto-o, aquele que mais enfurece os meus companheiros de viagem; o outro soa-lhes presunçoso e facilmente me encaixam naquelas tiradas "à Francisco Louçã" que, como se se tratasse de acne juvenil, eles esperam que o tempo acabe por resolver.
Tenho dois argumentos simples: não sou eu que pago as viagens, pelo que os "fringe benefits" me soam, ao menos moralmente, a peculato; e se não houvesse esse prurido moral, haveria ainda o argumento decisivo de que, nesta fase da vida, não tenho oportunidade para viagens pagas do meu bolso, nas quais as "flyer miles" fizessem diferença (por outras palavras, há boas razões para estar por ora suspenso o turismo de longa distância).
Este último argumento, que sugere desperdício, é, sinto-o, aquele que mais enfurece os meus companheiros de viagem; o outro soa-lhes presunçoso e facilmente me encaixam naquelas tiradas "à Francisco Louçã" que, como se se tratasse de acne juvenil, eles esperam que o tempo acabe por resolver.
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