Termina o dia com a notícia de que um jovem amigo fez valer os seus direitos e resolveu jogar na sua independência. Coisa raríssima, até porque ela, para lá do mérito, envolve ainda uma dose de sorte. Lembrei-me da observação de Bernard Williams sobre a decisão de Paul Gauguin de largar tudo e recomeçar no Tahiti uma vida nova, interrompendo a continuidade que assegurara até então o seu sustento e o da sua família: aprovamos a decisão de Gauguin retrospectivamente em larga medida porque houve um happy ending, porque houve «sorte moral»*.
Desejo a melhor sorte a esse novo aventureiro moral, conquanto a nobreza do gesto esteja já cunhada com o timbre kantiano. Há dias em que estas invulgares cintilações me reconciliam com a opacidade desta caverna de répteis morais.
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*Williams, Bernard (1981), Moral Luck, p. 23.
Desejo a melhor sorte a esse novo aventureiro moral, conquanto a nobreza do gesto esteja já cunhada com o timbre kantiano. Há dias em que estas invulgares cintilações me reconciliam com a opacidade desta caverna de répteis morais.
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*Williams, Bernard (1981), Moral Luck, p. 23.
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