Hoje comentava com um amigo o quanto é exíguo o milieu em Lisboa, e não sei porquê ocorreram-me algumas passagens, difusamente reconstituídas, de Sttau Monteiro – os ecos de uma Lisboa bem mais exígua ainda, asfixiada em compadrios, inebriada com estatutos e privilégios, emudecida por medos atávicos – os ecos filtrados pela ironia fina de um privilegiado que se aborrecia com o seu próprio casulo.
Há uma Lisboa despovoada e silenciosa, «objectificada», que me evoca poderosamente, com mais ironia e até mais crueza do que as palavras escritas, a futilidade desse meio vaidoso e adulador que acabou tragado pela voragem do tempo. As imagens ficaram em lugar do alarido.
Há uma Lisboa despovoada e silenciosa, «objectificada», que me evoca poderosamente, com mais ironia e até mais crueza do que as palavras escritas, a futilidade desse meio vaidoso e adulador que acabou tragado pela voragem do tempo. As imagens ficaram em lugar do alarido.
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