É extraordinariamente simples atacarmos as vacas sagradas dos outros; e extremamente útil fazê-lo, se o nosso objectivo for o da preservação das nossas (fica a ser uma manobra de diversão, e apazigua-nos a nossa boa consciência iconoclasta).
No outro dia um círculo de illuminati debatia os 100 milhões de mulheres desaparecidas de Amartya Sen, ou seja, a abominável chacina infanticida que continua a perpetrar-se, na Índia, contra os bébés do sexo feminino.
Um horror, um dos crimes mais hediondos dos séculos XIX-XX-XXI, até porque banalizado e ocultado – concordei com os meus interlocutores.
Mas, desmancha-prazeres que sou, lembrei que talvez não estejamos melhor, já que os nossos pruridos ambientalistas são os causadores directos de 1 a 3 milhões de mortos por ano: com efeito, a campanha contra o DDT, um cavalo de batalha ideológico desde Rachel Carson, impediu num momento histórico preciso a erradicação da malária (ao menos, para sermos justos, onde essa erradicação fosse possível antes de os próprios «vectores» se tornarem resistentes ao DDT, o que era, nos anos 50 e 60, a maior parte do planeta; hoje regressou-se ao DDT nas áreas críticas, mas tarde de mais).
Olharam para mim, uns atónitos, os outros profundamente desgostosos com a minha falta de sentido de oportunidade. Mea culpa, não se faz isto às nossas vacas sagradas.
No outro dia um círculo de illuminati debatia os 100 milhões de mulheres desaparecidas de Amartya Sen, ou seja, a abominável chacina infanticida que continua a perpetrar-se, na Índia, contra os bébés do sexo feminino.
Um horror, um dos crimes mais hediondos dos séculos XIX-XX-XXI, até porque banalizado e ocultado – concordei com os meus interlocutores.
Mas, desmancha-prazeres que sou, lembrei que talvez não estejamos melhor, já que os nossos pruridos ambientalistas são os causadores directos de 1 a 3 milhões de mortos por ano: com efeito, a campanha contra o DDT, um cavalo de batalha ideológico desde Rachel Carson, impediu num momento histórico preciso a erradicação da malária (ao menos, para sermos justos, onde essa erradicação fosse possível antes de os próprios «vectores» se tornarem resistentes ao DDT, o que era, nos anos 50 e 60, a maior parte do planeta; hoje regressou-se ao DDT nas áreas críticas, mas tarde de mais).
Olharam para mim, uns atónitos, os outros profundamente desgostosos com a minha falta de sentido de oportunidade. Mea culpa, não se faz isto às nossas vacas sagradas.
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