Uma boa amiga debate-se com os problemas filosofico-soteriológicos da transmigração e da reincarnação.
Que pena, A., não estarmos em Benares! Tudo aí é simples: quem morrer na margem esquerda do Ganges tem ao seu alcance a beatitude eterna, a salvação, o nirvana; quem morrer na margem direita reincarnará imediatamente num burro e a sua alma transmigrará de danação em danação, ad aeternum. Diz-se que os moribundos da margem direita são apressadamente embarcados, porque ao menos a morte sobre o Ganges já é parcialmente redentora.
Tudo límpido, com as águas turvas do Ganges a fazerem a demarcação binária.
Em que ponto infeliz é que a nossa civilização perdeu estas certezas?
Que pena, A., não estarmos em Benares! Tudo aí é simples: quem morrer na margem esquerda do Ganges tem ao seu alcance a beatitude eterna, a salvação, o nirvana; quem morrer na margem direita reincarnará imediatamente num burro e a sua alma transmigrará de danação em danação, ad aeternum. Diz-se que os moribundos da margem direita são apressadamente embarcados, porque ao menos a morte sobre o Ganges já é parcialmente redentora.
Tudo límpido, com as águas turvas do Ganges a fazerem a demarcação binária.
Em que ponto infeliz é que a nossa civilização perdeu estas certezas?
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