Há uns dias um eminente psiquiatra e psicanalista, conversando comigo, revelava-me o facto que considerava mais intrigante nos seus mais de 30 anos de carreira: a mudança de acento tónico nas frustrações. Há 30 anos a queixa dominante era a exclusão: não me integro, não me ligam, não me adapto. Hoje o egocentrismo triunfou em toda a linha, e a queixa é: não tenho aquilo com que sonhei, não alcancei os meus objectivos, sou um falhado.
Nunca tinha pensado nisso, e não duvido da ampla base indutiva da asserção. Uma sintomática incapacidade de lidarmos com contrariedades – estamos todos a ficar mais mimados e mais birrentos.
Nunca tinha pensado nisso, e não duvido da ampla base indutiva da asserção. Uma sintomática incapacidade de lidarmos com contrariedades – estamos todos a ficar mais mimados e mais birrentos.
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