Quando me falam de Lisboa desaparecida eu penso sempre da Lisboa que desapareceu em mim. Dessa guardo a lembrança de algumas cores deslavadas, muitos cheiros e alguns pregões. E guardo alguns «flashes» da noite, talvez porque eu fosse criança e a noite era a Lisboa que me era vedada, a Lisboa que menos interferiu comigo e por isso permanece mais intacta.
É também a Lisboa do luto por aqueles através de cujos olhos fui aprendendo a referenciar-me nela; um luto que também se foi deslavando, esvaíndo, desaparecendo - como tudo.
É também a Lisboa do luto por aqueles através de cujos olhos fui aprendendo a referenciar-me nela; um luto que também se foi deslavando, esvaíndo, desaparecendo - como tudo.
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