O novo Ashram minimalista

terça-feira, 24 de março de 2009

Em defesa de académicos «teóricos» e nefelibatas

"Encarados de um ponto de vista administrativo, os professores parecem frequentemente não mais do que auto-indulgentes e egocêntricos canhões à solta, pessoas cujo hábito de estabelecerem os seus próprios modos de agir deve ser disciplinado. Mas os administradores habitualmente esquecem que é absolutamente necessária a integração dos estudantes universitários num ambiente dentro do qual as pessoas não estão subordinadas a uma finalidade única, um ambiente que seja livremente atravessado por canhões à solta. A única vantagem de haver aulas com professores e não apenas sessões com terminais de computador, com gravações de vídeo ou com leitura de «sebentas» está na possibilidade de os estudantes assistirem a expressões de liberdade, proferidas ao vivo por seres de carne e osso. É por isso que a independência da cátedra e a liberdade académica são muito mais do que reivindicações de classe. Professores a estabelecerem as suas próprias agendas – exibindo as suas especialidades individuais e amorosamente preparadas no menú das escolhas curriculares, sem atenderem a finalidades superiores ou a conveniências institucionais – esta é a própria essência do ensino superior"
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Rorty, Richard (1999), "Education as Socialization and as Individualization", Philosophy and Social Hope, Harmondsworth, Penguin, p. 125.

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