O novo Ashram minimalista

domingo, 25 de janeiro de 2009

Terrorismo: um caso verídico

Há uns anos, uma pacifista encartada resolveu insurgir-se contra a vizinhança. Especificamente, alegava que o facto de os vizinhos de cima usarem sapatos lhe causava as maiores perturbações e lhe comprometia a preciosíssima concentração (literária, julga-se). Entre os vizinhos de cima havia crianças, mas ela, exasperando-se (diz quem viu) insistia não querer saber – e, fora de si, ameaçava que, ou se fazia de imediato silêncio, ou acabava tudo na esquadra e no tribunal. Contaram-me que o prédio todo se ergueu num clamor de protesto e só por isso a dita pacifista meteu a viola no saco.
Para meu espanto, leio agora que a mesma preclara senhora entende que o Hamas não é um grupo terrorista.
Pereira de Moura, onde andas tu com as tuas definições lapidares? Não poderias tu, ao menos, ter legado aos vindouros uma definição de «terrorismo»? É que assim reina a confusão!
Vamos ver se nos entendemos: andar calçado em casa não é tolerável – ao menos quando há vizinhos em baixo. Lançar rockets na direcção geral de populações civis e ameaçá-las de extermínio já é tolerável. Talvez devamos, portanto, reservar apenas para a primeira das situações o epíteto de «terrorismo».
E assim anda o nosso pacifismo.

Sem comentários:

Arquivo do blogue