"Adaptámos o Natal à crise?", interroga-se Charlotte, e eu retorqui:
"O Natal é, ou devia ser, a celebração de uma história de gente pobre, paupérrima, gente predestinada a ensinar-nos que há outras formas de realização humana que não dependem da acumulação de haveres nem da ostentação de artifícios. Tudo o que no Natal se desviou da rememoração dessa singeleza desarmante apenas depõe contra nós: façamos ao menos da necessidade uma virtude, e do temporário desalento da ganância aproveitemos a ocasião para devolver um instante de atenção a essa ténue voz que exprime uma virtude que não se mede e uma solicitude que não se esgota. É estranho como o Natal se converteu num frenesim consumista e numa orgia de insinceridade adocicada: sem esse poderíamos bem passar."
O novo Ashram minimalista
domingo, 21 de dezembro de 2008
Natal sem luzes
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