O novo Ashram minimalista

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O comboio escapista

Quando o trabalho se torna particularmente pouco apetitoso, multiplicam-se os sonhos escapistas.
Hoje pensei várias vezes em duas deliciosas viagens que fiz no Sud Express, não há muito tempo: o ambiente um pouco decadente mas delicioso, a refeição trepidante pela escuridão de Castela, o aconchego da cabina de 1ª classe e o sono impossível apesar do embalo (os ruídos, os solavancos, as paragens em apeadeiros remotos a meio da noite), depois o transbordo para o TGV e uma cavalgada vertiginosa até à Gare de Montparnasse... Claro que se perde dia e meio, claro que de avião é mais rápido e barato, mas quem quer comparar com a chegada àquele mausoléu frígido que é o aeroporto Charles de Gaulle?
Um escapismo limitado, de ambições modestas, mas reportado a momentos já experimentados – e por isso com o gozo reforçado da rememoração. Apetecia agora largar tudo e estar amanhã, à 16h, em Santa Apolónia.

Sem comentários:

Arquivo do blogue