O novo Ashram minimalista

domingo, 24 de agosto de 2008

Os últimos passos

Um ícone com alma: desde sempre ele representou para mim o lado mais fascinante do «beautiful people» de Hollywood, um actor carismático, natural, sério. Numa reportagem fez-me despertar a minha primeira curiosidade pelas Variações Goldberg, de J.S. Bach, na segunda versão de Glenn Gould – porque na reportagem confessava que as ouvia obsessivamente, mesmo a conduzir os seus bólides. Soube agora que os seus dias terminam, e que ele quis percorrê-los com dignidade, interrompendo tratamentos fúteis e regressando ao calor humano do seu lar.
Com ele vai um ícone, sobretudo, mas também um ser humano que até nos seus últimos gestos soube despertar uma intensa empatia. Quando ele partir sentirei um calafrio, como se realizasse que o mundo ficou, de súbito, um bocadinho menos atraente.

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