Há anos que estava para acontecer, mas ontem finalmente almocei com uma das pessoas que mais admiro intelectualmente. Um almoço despretencioso, sem a fanfarra que seria de esperar de alguém que se tornou poderosíssimo recentemente. Falámos de tudo, a um ritmo que lembrava o de Lance Armstrong a subir o Tourmalet. No fim, eu já o pressentia, uma proposta que não se pode recusar, e que eu decerto não recusaria há um par de anos, mas que ele, muito graciosamente, apresentou protestando a sua convicção de que eu seria a única pessoa capaz de recusá-la – o que fiz. Não fechei totalmente a porta, dizendo que a vida dá muitas voltas, e que as prioridades vão evoluindo ao longo do tempo. Ele é persistente e persuasivo, e não tarda muito vai ser muito mais poderoso ainda. Aplica-se à detenção do poder aquilo que se diz dos iates: o melhor é termos um amigo que seja proprietário de um iate. A ver se o poder não o corrompe – ele é demasiado inteligente para isso –, e se daqui a uns anos se repete, com a simplicidade de ontem, uma randonnée en haute montagne, realizada com o único propósito de gozarmos das vistas e do ar rarefeito.
O novo Ashram minimalista
quinta-feira, 10 de julho de 2008
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